domingo, 3 de junho de 2012

Me desculpe...

Este texto foi feito, segundo autora,Stella Florence, para ajudar a uma amiga que sofria com o fim de um romance. E ajudou. E se ajudou a uma mulher, também pode ajudar outras. Qualquer pessoa pode usar e até modificar a idéia original por suas próprias palavras, pois como coloca  a autora, o que importa é o final.



Me desculpe por eu ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter ligado.

Me desculpe por ter acreditado nos seus torpedos. Me desculpe por ter rido das suas piadas.

Me desculpe pelos machucados que ela deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por tentar entender seu silêncio.

 Me desculpe por ter dito “sim”. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por eu ter gozado.

 Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe por eu ter subestimado o que foi ruim e superestimado o que foi bom.

 Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por querer mais. Me desculpe por supor que você também quisesse mais.

 Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe pela lingieri que eu comprei só para você.


Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter acreditado que você era o homem da minha vida.

 Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos perigos que eu atravessei para te ver.

 Me desculpe por eu ter acreditado que você compreendia meu olhar. Me desculpe por eu ter dito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu disse.

 Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você: são para mim. Afinal, porcos não reconhecem pérolas.


Quando alguém realmente especial chega

As vezes leio um texto e penso: Eu é que devia ter escrito isso. E foi assim que senti quando li este texto dessa grande escritora chamada Stella Florence. Deixo ele aqui no meu blog, por ter gostando tanto e também por me identificar com cada pensamento, com cada palavra.



 
Ah, os pedidos, os apelos, as súplicas... as súplicas de amor! Há algo mais inútil?

Quando alguém realmente especial chega, você não precisa pedir para que ele te dê uma chance: ele dá.

Você não precisa inventar peripécias para que ele te convide para sair: ele convida.

Você não precisa pedir para que ele entre na sua vida: ele entra.

Você não precisa pedir para andar de mãos dadas: não há a menor possibilidade dele te deixar solta na rua como uma pipa no furacão.

Você não precisa pedir elogios: ele te elogia.

Você não precisa implorar um cantinho num vaso estreito para lançar sua semente: ele reserva todo o jardim pra você.

Você não precisa avisar que você é um tesouro: ele sabe.

Você não precisa insinuar que seria delicado se ele retirasse seu perfil do Par Perfeito: ele retira.

Você não precisa colher sôfrega raspas e restos que caem ao chão: o banquete dele é todo seu.

Você não precisa pisar em ovos ao sugerir que ele faça um exame de HIV: ele faz.

Você não precisa sondar temerosa se ele está te namorando ou não: ele está. E diz isso.

Você não precisa pedir que ele te beije sempre a boca e que durma abraçado em você e que deixe seus líquidos de amor secarem devagar pelas peles coladas: seus corpos se entendem muito antes da linguagem existir.



Você não precisa implorar baixinho para que um dia, talvez, quem sabe, por favor, se possível, ele diga que te ama: ele diz.

É simples assim: quando alguém realmente especial chega, você não precisa pedir mais nada.